- Sociedade do imediatismo: a relação do homem com o tempo na contemporaneidade
Ao longo da história, as sociedades evoluíram de padrão de organização simples, como as tribos de coletores e caçadores e, posteriormente, as aldeias rurais, para padrões mais complexos que deram origem às vilas e, depois, às grandes cidades. Novas formas de produção e comércio, de interações e colaborações, assim como os novos códigos de conduta e leis também evoluíram no decorrer da jornada humana. Os ciclos de evolução das maneiras de organização social, com o passar do tempo, receberam cada vez mais influência do desenvolvimento tecnológico e da globalização. Assim, a relação das pessoas com o tempo muda conforme o contexto em que estão inseridas.
- A tecnologia está transformando as relações de trabalho? Uma análise sobre o home office
A possibilidade de trabalhar em casa é uma ideia que tem animado cada vez mais pessoas. Nos últimos anos, o número de trabalhadores que não se veem compelidos a se deslocar de suas residências para realizar as atividades laborais tem crescido significativamente, seja trabalhando por conta própria, seja por ter essa modalidade de trabalho disponibilizada por seus empregadores. Com o enorme desenvolvimento e a popularização das tecnologias de informação e comunicação, a possibilidade de poder trabalhar em qualquer lugar se tornou uma realidade bastante acessível e, muitas vezes, atrativa.
- A cultura do cancelamento e seus impactos nas relações humanas
A Internet proporciona, todos os dias, o surgimento de novas formas comportamentais, em que muita informação e opiniões são compartilhadas constantemente. Nesse cenário, as pessoas ditam regras, criam tendências e até mesmo estabelecem expressões que saem do mundo digital para se popularizarem nas falas e ações da vida cotidiana. O termo “cancelamento” tornou-se comum e conhecido entre os usuários de redes sociais, como o Twitter e o Instagram. O verbo “cancelar”, portanto, ganha uma nova finalidade, para a construção de uma cultura na qual pessoas cancelam outras pessoas, tendo como base o julgamento de atitudes consideradas moralmente erradas. É uma nova forma de julgar. É um novo jeito de apontar erros. No entanto, até que ponto isso é correto e como pode afetar a saúde emocional e as relações entre os indivíduos?
- Metaverso e tecnologia: como essa realidade pretende impactar a vida do indivíduo?
O ano de 1992 trouxe aos leitores de ficção científica um livro que marcou a época. O escritor Neal Stephenson criou uma narrativa de ficção científica com Snow Crash, publicando a expressão Metaverso pela primeira vez. Na história, há um local considerado um espaço em realidade aumentada e virtual, onde os personagens exercem suas atividades como no mundo real, convivendo entre si. Partindo para o ano de 2021, Zuckerberg anunciou sua maior aposta: a empresa Meta. Etimologicamente, o termo advém do grego meta, significando “entre”, “no meio de”, “além de”. Pode exprimir também, noção de mudança, transcendência, autorreflexão. Já verso, faz referência à palavra universo, a tudo o que existe e é explicado pela física, incluindo aí o espaço E tempo. É aquilo que se entende por mundo real, onde o ser humano habita. Portanto, pode-se considerar o metaverso como um universo além da realidade onde o indivíduo existe, sobrepujando as questões físicas, inclusive possibilitando quebrar algumas de suas leis.
- A sociedade contemporânea normaliza o cansaço e se culpa por precisar descansar?
O esgotamento físico e emocional, em razão do trabalho, vem se tornando cada vez mais comum atualmente. Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que analisou o impacto da pandemia e do isolamento social na saúde mental de trabalhadores essenciais, mostrou que sintomas de ansiedade ou depressão afetam 47,3% de trabalhadores brasileiros e espanhóis. Os resultados apresentados no artigo “Depressão e Ansiedade entre trabalhadores essenciais do Brasil e da Espanha durante a Pandemia de Covid-19”, publicados na revista científica Journal of Medical Internet Research, no início da pandemia, também demonstram que mais da metade dos trabalhadores essenciais (e 27,4% do total de entrevistados) sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo.
- O consumo como instrumento para a felicidade e os impactos decorrentes dessa prática
De acordo com um estudo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), cerca de 3 em cada 10 consumidores brasileiros consideram as compras um tipo de lazer favorito. Esse levantamento revela uma concepção amplamente difundida no mundo globalizado, onde o ato de comprar é sinônimo de felicidade. Desse modo, a sociedade do consumo, caracterizada pelo filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman, passa a ser cada vez mais visível no âmbito social, revelando gradualmente a efemeridade dos produtos consumidos. A constante modificação dos produtos, atrelada ao consumo desenfreado, traz grandes consequências para o meio ambiente, como a exploração excessiva dos recursos naturais e o descarte inadequado do lixo.
- O fenômeno do exibicionismo virtual como algo inerente ao ciberespaço
Se antes as fotos pertenciam à privacidade do ambiente familiar, sendo compartilhadas apenas com a família e amigos mais próximos, hoje já não há mais constrangimento em expor a intimidade para as pessoas, sejam elas conhecidas ou não. É o que acontece em redes sociais, como o Instagram e TikTok, onde milhões de pessoas podem seguir umas às outras e ter acesso a vídeos e fotos, fazer desafios virais e até mesmo lucrar bastante com isso. Esse cenário só foi possível graças ao advento da Internet e à criação de um espaço virtual que possibilitasse a interação das pessoas, mesmo que elas não estivessem juntas fisicamente, o qual se chama ciberespaço. A necessidade de ser notado é uma das marcas da sociedade contemporânea, principalmente da população mais jovem, onde muitos já nascem inseridos no ambiente das selfies. Para que isso aconteça, construir a vida perfeita é essencial, o que significa ser feliz o tempo inteiro.
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