Origens e resistência
As mulheres começaram a se envolver com o futebol já no final do século XIX, mas enfrentaram resistência e desaprovação por parte da sociedade e das autoridades esportivas. Inicialmente, o esporte era visto como inadequado para mulheres, considerado muito físico e impróprio para a suposta fragilidade feminina.
O arquivo mais conhecido sobre o início do futebol feminino remonta a 1894, quando Nettie Honeyball, uma ativista dos direitos da mulher, fundou o primeiro clube esportivo britânico chamado “Ladies Football Club”.
O crescimento durante a Primeira Guerra Mundial
Durante a Primeira Guerra Mundial, o futebol feminino ganhou força, com as mulheres participando de partidas beneficentes e eventos para entreter as tropas. Diante desse novo cenário, muitas fábricas tiveram suas próprias equipes de futebol que até então eram formadas apenas por homens. No entanto, em 1921, após o retorno dos campeonatos de futebol masculino, o espaço conquistado pelas mulheres no esporte foi visto como ameaça e não mais como complemento.
Proibição
A Federação Inglesa de Futebol, sentindo essa mudança de paradigma, decidiu banir qualquer prática de futebol feminino nos estádios da Inglaterra. No entanto, após a Copa do Mundo de 1966 e um crescente interesse no esporte, a federação voltou atrás e oficializou o apoio ao futebol feminino em 1969. A União das Federações Europeias do Futebol (UEFA) também instruiu seus parceiros a promover o futebol feminino na Europa, consolidando-o nos anos seguintes.
A história do futebol feminino no Brasil
A primeira proibição do futebol feminino no Brasil ocorreu através da regulamentação esportiva, com a criação do CND (Conselho Nacional de Desportos) e o decreto-lei (3199, art. 54). Esse decreto proibia não apenas o futebol, mas todos os esportes considerados não-femininos. Em 1965, durante o governo militar, o decreto-lei foi novamente publicado de forma mais detalhada, especificando a proibição da prática do futebol feminino, resultando em poucos registros da modalidade devido à clandestinidade das partidas.
Apenas no fim da década de 70 foi revogada a lei que proibia as mulheres de jogarem futebol. No entanto, o futebol feminino não recebia qualquer estímulo de clubes e federações, ainda enfrentando proibições pelo país.
Reconhecimento do futebol feminino
Em 1983, após 42 anos de proibição, o futebol feminino foi regulamentado no Brasil, permitindo competições, calendários, uso de estádios e inclusão nas escolas, graças à luta das jogadoras e ao reconhecimento internacional da relevância econômica do esporte.
5 temas de redação envolvendo mulheres no esporte para você treinar:
- A luta pela igualdade de gênero no esporte;
- A importância do investimento no esporte feminino;
- O papel das mídias sociais na promoção do esporte feminino;
- A representatividade feminina nos cargos de liderança esportiva;
- Caminhos para a valorização do futebol feminino.
